sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

BOLSA FAMILIA QUER BENEFICIAR 600 MIL BRASILEIROS NÃO ATENDIDOS POR PROGRAMAS SOCIAIS



 




O Programa
Bolsa Família quer alcançar brasileiros que não são beneficiados com
qualquer programa social do governo. "Queremos localizar 600 mil
pessoas, que é o que estimamos no Brasil. A estimativa, na ponta do
lápis, é difícil até porque são pessoas que, em geral, não estão em
nenhuma outra rede. Não estão na tarifa social de energia elétrica, não
estão na rede de saúde pública, não estão na escola", disse a ministra
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, após sessão
na Assembleia Legislativa de São Paulo, em comemoração aos 10 anos do
programa de transferência de renda.


Segundo
Campello, o programa retirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza e
tem contribuído para o desenvolvimento do país. “Acho que a maior
contribuição foi o que aconteceu com as crianças. As nossas crianças
estão em sala de aula e aumentou-se a frequência escolar das crianças
pobres do Bolsa Família, que é acima da média nacional”, disse.


Em todo o país,
de acordo com o ministério, 13,8 milhões de famílias recebem o
benefício. No estado de São Paulo, o segundo com maior número de
famílias atendidas pelo programa, atrás apenas da Bahia, são 1,3 milhão
de pessoas beneficiadas.


Sobre o fato de
o programa receber muitas críticas, principalmente relacionando-o a um
programa assistencialista, a ministra disse que esta é uma discussão
superada. "O Bolsa Família ajudou a emancipar as mulheres, a taxa de
fecundidade entre as mulheres pobres caiu mais do que a média nacional,
portanto, não é verdade que as mulheres pobres têm mais filhos para
receber o Bolsa Família, disse.


Tereza Campello
destacou que não é verdade que as mulheres gastam mal o dinheiro do
Bolsa Família. “Foi uma decisão correta dar o Bolsa Família para as
mulheres, porque, para elas, a prioridade são as crianças. Elas gastam
em alimentação, roupas, calçados e material escolar. Hoje conseguimos
mostrar que o Bolsa Família não só aliviou a pobreza, mas garantiu a
frequência escolar, a melhora da saúde das crianças e das gestantes e
está contribuindo para que o país seja um outro país", falou.


A ministra
disse que os números do programa revelam que a maior parte dos
beneficiários tem emprego. “Cerca de 74% do público do Bolsa Família
trabalha, porque a família é numerosa ou porque a pessoa trabalha em um
emprego vulnerável. Mesmo assim, ela acaba recebendo menos do que seria
necessário para sustentar sua família com dignidade. Portanto, não é
verdade que as pessoas não trabalham. As pessoas trabalham e o Bolsa
Família complementa a renda".


Duas
beneficiárias do Bolsa Família participaram do evento na Assembleia
Legislativa e disseram que o programa ajuda a complementar suas rendas.
Uma delas é a auxiliar de limpeza Maria Aparecida Fontes, 50 anos, mãe
de nove filhos, quatro deles menores, moradora do bairro Parque Figueira
Grande, na zona sul da capital paulista, e que recebe o benefício há 10
anos.


Ex-presidiária,
Maria Aparecida contou que o programa a ajudou a enfrentar as
dificuldades quando estava desempregada e agora complementa a sua renda.
"Mudou bastante. A gente tinha dificuldade para conseguir emprego pelo
fato de não ter boa antecedência. Catava papelão na rua e fazia
reciclagem para comprar um leite, para comprar mistura para os filhos.
Para mim foi uma mudança de vida mesmo", ressaltou.


Michele da
Silva, 30 anos, que mora em Heliópolis, também na zona sul da capital,
vai começar a receber o benefício este mês. Recepcionista e mãe de dois
filhos (um de 4 anos e outro de um ano e três meses), Michele contou ter
recebido o cartão do Bolsa Família ontem (3).


“Vou passar a
receber a partir de agora, mas acredito que vai ajudar bastante na minha
renda. Eu pago aluguel. O dinheiro a mais sempre vai auxiliar meus
filhos. Vou poder comprar um tênis, uma roupa ou uma mochila se ele
estiver precisando. É um dinheiro que vai ser voltado só para eles”,
disse ela.


"Eu trabalho e
vou complementar minha renda. Cada pessoa tem uma visão. Acredito que as
pessoas que tenham essa visão de que [o programa] é uma esmola não veem
o lado pobre de São Paulo ou do país. As pessoas fecham os olhos para
não ver a realidade. E é uma realidade que temos no dia a dia e que pode
aumentar”, falou.


 


Postagem: Francis Davis/ Gazeta da Serra


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