A Microrregião da Serra de Santana, importante região do Rio Grande do Norte, representa atualmente uma das áreas mais promissoras do desenvolvimento econômico do estado, embora ainda interligada nas relações políticas, institucionais e econômicas com a Microrregião do Seridó Oriental que tem o município de Currais Novos como Polo.
Segundo dados do IBGE deste ano, temos em Lagoa Nova, Tenente Laurentino Cruz, Cerro Corá e Bodó (municípios de abrangência do Jornal Gazeta da Serra) juntos, uma população estimada em 34.489 habitantes, desses, cerca de 55% residem na Zona Rural, fato raro com a urbanização sacramentada no Brasil.
Apesar de ser uma região economicamente promissora, os índices de desenvolvimento humano ainda estão bem abaixo de outras regiões do RN, as riquezas e potencialidades financeiras do lugar ainda não foram revertidas para a maioria da população.
Para provar isso basta destacar os potenciais de energia eólica, a cultura do caju, a cultura da mandioca, as fábricas de confecção instaladas em Cerro Corá, o potencial mineral em Bodó, o Turismo de Segunda Residência em Lagoa Nova, Tenente Laurentino e Cerro Corá e o clima ameno na grande maioria do ano. Esses potencias em menor e maior escala levam a Serra de Santana a ser tocada por investidores de todos os recantos do mundo atraídos pelas possibilidades de lucro fácil.
Nossa maior preocupação é que todas essas riquezas citadas não beneficiem diretamente o povo que colonizou, nasceu, trabalhou, reproduziu e cresceu nessa maravilhosa serra.
A história mostra que a atual conjuntura de globalização mundial faz alguns países e lugares serem exploradores da produção de outros, pois detém tecnologia, educação e conhecimento e são capazes de usufruir da maior fatia da riqueza que os outros extraíram da terra com grandes dificuldades.
A Serra de Santana tem um pouco disso. A castanha e o caju não são processados aqui; a energia eólica é explorada por empresas estrangeiras que dispõe da tecnologia; o turismo ainda incipiente na sua organização e estrutura; a produção da mineração é voltada para abastecer mercados externos que vão agregar valor com o mineral explorado aqui; e a mandioca uma cadeia produtiva local poderia ser mais incentivada e valorizada.
Para mudar essas constatações de exploração só há um caminho: investir no empreendedorismo local, na educação e na profissionalização das pessoas.
Não é utopia dizer que todo esse potencial repetidamente citado merece um olhar especial do poder público estadual e federal. Já cabe na Serra de Santana um Campi Avançado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, temos dito isto em ocasiões passadas, mas iremos repetir quantas vezes for necessário para que sejas escutado por alguém. Eis uma bandeira de luta para o Povo da Serra de Santana! Isso se chama transformação social pela educação. Façamos o teste.
De: Odon Junior.
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