De: Tonny Medeiros
Diariamente nós, brasileiros, sentimos na pele os efeitos dos diversos problemas que afligem a nação e retardam nosso desenvolvimento econômico, humano e social. Entre todos eles o problema da saúde é um dos mais graves.
O SUS (Sistema Único de Saúde), criado a partir da constituição de 1988 é de longe o maior e mais amplo sistema de saúde pública do mundo, em nenhum outro país do porte do Brasil existe um serviço de saúde gratuita como o brasileiro. Mesmo os que possuem sistemas semelhantes ao SUS, não conseguem ter a mesma amplitude deste, e atuam de forma limitada. Em países desenvolvidos como EUA a saúde é quase toda privatizada, obrigando a população contratar planos de saúde.
Infelizmente maior não é sinônimo de melhor. Apesar de termos um sistema universalizado de saúde pública, problemas estruturais, escassez de servidores e a má gestão dos repasses concedidos a estados e municípios acabam por inviabilizar o serviço. As imensas filas nas emergências dos hospitais como o Hospital Mons. Walfredo Gurgel na capital e a situação calamitosa do Hospital Regional de Currais Novos, assim como o Hospital maternidade Garibaldi Alves Filho em Lagoa Nova, que mais parece um posto de saúde, devido seu estado de abandono, limitações e escassez de equipamentos. Estes são exemplos claros dessa realidade que perdura há décadas e carece de uma solução rápida e efetiva, por respeito à dignidade da pessoal humana e ao povo brasileiro.
Pesquisas realizadas pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) junto à população atestam que para 58,1% dos brasileiros a falta de médicos é o grande problema do SUS. O Brasil possui 1,8 médicos para cada mil habitantes, percentual baixo em relação à média de países vizinhos como Argentina 3,2 e Uruguai com 3,7. O problema é ainda maior quando analisamos a oferta e a demanda de médicos. Na ultima década foram criados 147 mil postos de trabalho e apenas 93.156 mil médicos se formaram, gerando um déficit de 54 mil postos de trabalho! Como se não bastasse à escassez de profissionais, a grande maioria dos médicos concentram-se em grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, deixando 22 estados brasileiros abaixo da média nacional.
Devido à gravidade do problema, o governo federal criou o programa: Mais Médicos, que se constitui em uma serie de melhorias e investimentos na saúde pública, que vão desde novos hospitais, compra de equipamentos e a contratação de médicos brasileiros e estrangeiros formados fora do Brasil. Estes profissionais serão destinados a áreas carentes e isoladas onde a falta de profissionais é maior, como nas regiões norte e nordeste, atuando na saúde básica e familiar, suprindo as demandas mais urgentes e comuns da população.
As criticas mesquinhas e sem embasamento ao programa, a meu ver parecem favorecer apenas as grandes empresas de planos de saúde, sindicatos e clínicas particulares, que são os que mais lucram com o sucateamento do SUS, enchendo-se de dinheiro ao mesmo ritmo em que a população carente superlota as filas dos hospitais públicos.
Resolver o problema da saúde no Brasil é questão de prioridade, temos que usar todos os meio necessários para mudar esse quadro, inclusive com programas como o Mais Médicos. Melhorar a vida daqueles que vivem longe dos grandes centros urbanos, e da população carente que não tem condições de pagar um plano de saúde é uma questão de cidadania e de direito, pois todos nós temos o direito de ter acesso à saúde pública de qualidade e uma melhor qualidade de vida, apoiar medidas assim é acreditar na nação e, quem sai ganhando é o próprio povo brasileiro.
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