CASAS DE MEL SÃO CERTIFICADAS NO RIO GRANDE DO NORTE
O registro pode ajudar a triplicar o preço pago aos produtores, por quilo, hoje na casa dos R$ 4,50
Doze casas de mel do Rio Grande do Norte passam por um processo de adequação ao Programa Alimento Seguro para o Mercado de Mel (PAS Mel), que garante a qualidade do produto e assegura marca própria para o mel produzido por pequenos apicultores do estado. Esse ajuste é resultado de uma parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte e o governo estadual, através do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn). As primeiras cinco unidades foram certificadas na quarta-feira (16), no auditório da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), dentro da programação da 51ª Festa do Boi. Iniciada em março do ano passado, a parceria previa o investimento de R$ 144 mil para reestruturação de cada uma das 12 unidades com recursos do governo estadual, enquanto o Sebrae entraria com capacitação na área de boas práticas e na parte de gestão das casas. As primeiras a serem certificadas são as do município de Lajes, Portalegre, Caraúbas, Alto do Rodrigues e Pedra Preta. A ideia é proporcionar a esses apicultores qualidade do produto, que passa a contar com o registro do Idiarn, crescimento na comercialização do mel e seus derivados.
“Com a certificação, passamos a agregar valor ao produto, já que o mel poderá ser vendido com o rótulo da Potimel, a marca própria dos apicultores atendidos pelo Sebrae. Isso os ajudará a melhorar a qualidade dos produtos, inclusive, para a exportação”, ressalta o gestor do projeto de Apicultura do Sebrae-RN, Lecy Gadelha. O setorial congrega cerca de 5 mil apicultores de várias regiões. De acordo com o executivo, sem o registro, cada quilo de mel é repassado por um valor de R$ 4,50, porém com a marca Potimel, o mesmo produto sobe de preço e é comercializado custo de R$ 12,00, quase o triplo do valor atual.
Produção
Juntas as 12 unidades que estão em processo de certificação têm capacidade para produzir até 100 toneladas de mel por ano, sem contar com o que é produzido nos municípios de Apodi e Serra do Mel, considerados os dois maiores produtores potiguares. Dessas casas de mel, a recém-inaugurada pelo Sebrae foi a de Caraúbas, no mês passado. A unidade beneficia o mel produzido pela Associação dos Produtores Rurais de Galho do Angico, localizada na zona rural do município e que reúne 25 famílias associadas.
Mas para ganhar o mercado, o mel potiguar precisa de estrutura para escoamento da produção. Atualmente, estado possui 187 casas de mel em diversos municípios, mas, apesar da capilaridade da produção, só existem dois entrepostos, um em Macaíba e outro em Portalegre. Essas estruturas são responsáveis por receber o mel de pequenos produtores e processá-los para enviar a outros estados e também para o exterior.
De acordo com Lecy Gadelha, o Sebrae, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, vai construir o de Apodi. Já o entreposto de Serra do Mel precisa de adequação para se enquadrar às regras do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estabelece uma série de critérios para comercialização do mel fora do estado e no mercado internacional, como, por exemplo, uso de materiais em inox.
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