Como o Jornal do Brasil
antecipou, a presidente Dilma Rousseff cancelou oficialmente a viagem
aos Estados Unidos. Em nota, nesta terça-feira (17), a Secretaria de
Comunicação da Presidência da República afirmou que a visita, programada
para o fim de outubro, será adiada. Segundo o texto, “as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo
brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e
aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática
entre países amigos”. A nova data ainda será definida pelos dois
presidentes.
Ontem à noite, Dilma se reuniu com
o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado,
para discutir o retorno dado pelo governo norte-americano aos
questionamentos do Brasil sobre as denúncias de espionagem.
Durante
o encontro, Dilma recebeu telefonema do presidente norte-americano,
Barack Obama, com quem conversou por cerca de 20 minutos. “Quanto à
minha conversa com o presidente Obama é fato, ela ocorreu ontem à noite e
eu darei, ao longo do dia, uma entrevista sobre como iremos encaminhar
essa questão da viagem aos Estados Unidos”, comentou hoje pela manhã a
presidente.
Dilma passou a cogitar o cancelamento da visita de
Estado ao país após denúncias de que os Estados Unidos espionaram dados
de brasileiros, inclusive dela, além de empresas estratégicas como a
Petrobras.
Na próxima terça-feira (24) Dilma discursará na
abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde deverá abordar
as espionagens. A expectativa é de que a presidente faça um duro
pronunciamento, criticando a postura dos Estados Unidos.
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