Adriano Abreu
Na sala de audiência da Vara Criminal Federal, esta semana é dedicada aos depoimentos
Além de procurar desbaratar as fraudes ocorridas nas licitações do órgão, na concepção aleatória de notas fiscais e na fiscalização de postos de combustíveis, a audiência de ontem desvendou a razão da existência de parte dos funcionários fantasmas da gestão de 2008 a 2010. Para receber o pagamento pelo aluguel de três trios elétricos, durante a campanha de prefeito de 2008 de Gilson Moura – então candidato em Parnamirim – Sebastião Garcia, o proprietário, teve que fornecer o número de cinco contas correntes onde o recursos seriam antecipadamente depositados.
O esquema era o seguinte, segundo depoimento do acusado: um irmão, dois sobrinhos, uma amiga, além do próprio, forneceram dados pessoais e números das contas de banco onde foram efetuados depósitos no montante total de R$ 75 mil, o equivalente ao aluguel dos veículos. Como se fossem funcionários do órgão, os valores eram depositados mensalmente por meio de ordem bancária do Ipem. Ninguém, nem mesmo Sebastião, sabia a origem dos recursos. E quando desconfiaram - garantiram eles, imaginaram ser razão de aluguel dos veículos ao instituto de pesos e medidas.
Investigação
O irmão de Sebastião, Valmir Garcia; os sobrinhos Lílian Batista e Conrado Souza; além da amiga Sheila Suerda, afirmaram que ainda sem saber do esquema no qual estavam envolvidos, foram surpreendidos por advogados que em nome de Gilson Moura coagiram todos a mentirem em juízo, sob pena de “algo pior”.
Sebastião rememorou ainda as conversas que teve com Gilson Moura depois que o esquema foi descoberto. “Liguei para ele (Gilson Moura) e ele me disse que ficasse tranqüilo que ia enviar advogados e que nada ia acontecer”, enfatizou Sebastião Garcia. Poucos dias depois, os representantes do parlamentar estadual teriam viajado a Currais Novos para “orientar” os envolvidos. “Chegaram na minha casa tarde da noite. Meus pais e minha filha ficaram assustados. Disseram do problema e me recomendaram o que falar. Tive medo de prejudicar mais alguém da minha família”, disse Lílian Batista.
Os cinco denunciados concederam os primeiros depoimentos, segundo eles “sob ameaça”, por isso a mentira. “Hoje estou aqui para reparar a vergonha que passei. Eu ia ficar processado por causa de mentira?”, desabafou o agricultor Valmir Garcia
Fonte: Tribuna do Norte
Postagem: Paulo Augusto
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